terça-feira, 23 de setembro de 2014

Escrevendo em mim

Ela estava ali ao meu lado, ajoelhada na frente da mesa de centro, na sala da avó paterna. A sugestão de brincar de desenhar foi minha. A vontade de colocar sua mãozinha sobre o papel e contorná-la com canetinha laranja, foi dela. O pedido de ter, em seguida, minha mão desenhada por ela, foi meu. Mas ela recusou. Ao invés disso, trocou o laranja pelo vermelho, se inclinou um pouco para frente, encostou a barriguinha na mesa e a ponta da canetinha no meio da pequena mão que havia acabado de desenhar. Olhei compenetrada para o papel quando a tinta começou a marcá-lo de um jeito que eu nunca havia visto. Quando percebi o que Luna estava fazendo, meu olhar foi direto para o rosto dela. Durante aqueles poucos segundos, meu sorriso ficou meio de lado, com uma gotinha de lágrima pendurada nele. Quando ela terminou, podia ser lido: LUNA.

Isto aconteceu há alguns meses. Mas, além de guardar aquele pedaço de papel, eu queria que aquele momento ficasse guardado para sempre. E agora vai.

Gostaria muito de agradecer a Tia Val, que foi a principal responsável por aquelas quatro letras agora serem escritas assim juntinhas, fazendo tanto sentido para aquela que as carrega em si.

O espiral é uma brincadeira nossa, desde que a coordenação motora de Luna começou a se desenvolver um pouco mais: vamos nos alternando no desenhar, uma começa com a cor que quiser, a outra continua com outra cor que escolher e assim vai, até as voltas não caberem mais no papel.

A arte foi nossa, minha e dela, mas a marca na pele foi do Leandro. Obrigada por me aguentar fazendo caretas e reclamando de dor.

Papai também fez igual. É muito amor!


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Clara


Estimulantes da coordenação motora, eficientes para auxílio em tratamentos, aliados contra o estresse e no controle da frequência cardíaca. Ajudam no exercício da autoridade e estimulam a responsabilidade. “Professores” no quesito respeito à preservação da vida e limite à dor. Companheiros leais.

Estas frases viraram um mantra pra mim desde que marido apareceu com uma proposta indecente. Eu pensava na minha filha e voltada a repetir as frases mentalmente, num processo de auto-convencimento de que “aquilo” poderia trazer mais benefícios do que problemas. Quando marido comentou sobre o assunto pela primeira vez, minhas reações foram “De jeito nenhum”, “Nem pense nisso” e “Minha resposta final é Não!”. Ao longo da vida gente se pega eliminando, sem pensar, muitas possibilidades de experimentar e viver fora da caixa. Muitas vezes, precisamos de alguém do nosso lado tão insistente a ponto de enlouquecer qualquer santo pra nos fazer repensar, ponderar e ver tudo de outra forma. E a gente amolece o coração, fecha os olhos e se joga em direção ao novo.

Pra quem não acredita em amor à primeira vista, nosso caso quebra paradigmas. Foram meses de procura em sites, indicações e visitas. Mas quando ela apareceu numa publicação online, coraçãozinho mole do marido teve a certeza: era ela!

Seria ela a comer meu sapato esquecido na sala, virar o lixo da cozinha, rasgar o peso de porta – feito de areia – criando pequenas dunas, aqui e ali e morderia os tapetes da sala e da cozinha. Ela faria com que reorganizássemos a casa toda - e a vida! - pra recebê-la. Ela que deixaria a casa cheia de pêlos e aquele cheiro bem peculiar no ar, que nem os banhos semanais poderiam eliminar por completo. Ela que deixaria Luna confusa e irritada, passando por um processo de entender que algumas coisas fazem parte de seu comportamento e instinto, como lamber, cheirar e “morder” seus brinquedos... E seus pés. Ela que me faria estender roupa na ponta dos pés, pra não pisar no jornal sujo e limpar “você sabe o que” quando marido estivesse doente.

Mas seria ela a abanar o rabo quando abríssemos a porta, latir pedindo atenção, “morder” a mão pedindo carinho, olhar pela janela quando saíssemos, choramingar de saudades e vir correndo com brinquedo na boca, a qualquer hora do dia, da noite, ou da madrugada. Ela seria nossa companheira no sofá e nossa sombra pela casa. Ela que me faria brincar de pega-pega em volta do sofá às onze da noite, depois de um dia longo de trabalho e estudo. Por ela, Luna daria meia volta no corredor do condomínio, só pra se despedir com carinho e abraçar a “filha” com todo amor que poderia dar pra um serzinho tão diferente dela. Ela que faria com que a família toda desse voltas pelo quarteirão num fim de tarde de verão, e faria com que a solidão jamais entrasse naquela casa.

Nossa Clara.
 
 

Ele



Ele brinca na areia, no mar, na piscina, no parquinho e em casa. Joga pro alto, vira de ponta-cabeça, brinca de equilibrista. Ele grava, compra e faz coleções de filmes e desenhos infantis, só pra ela. Planeja viagens pra praia, um dos lugares para onde a pequena mais gosta de ir. Ele é o colo preferido no sofá; nem a almofada mais fofinha ganha do seu peito transbordante de amor. Tem tanta saudade dela, que perde a noção do tempo e faz o ‘ontem’ parecer uma eternidade. E o ciúme?! Queria ela só pra ele.

Estou falando de um homem do presente, fazendo hoje 56 anos: o avô da minha filha. Mas, com a mesma intensidade, falo sobre a relação de um cara com seus 27 anos, pai de primeira viagem, com outra menina: eu. Não sei por quais veredas seu coração e sua mente passaram quando recebeu a notícia da chegada da Luna, mas no amor e na dor, porque a vida sabe jogar difícil com a gente às vezes, fomos juntos aprendendo e reaprendendo: ele, a ser pai; eu, a ser filha; ele, a ser avô; eu, a ser mãe; e juntos a entender as relações que fomos construindo.

E como não ser nostálgica como ele por perto? É só olhar para o lado e vê-lo com minha pequena: todas as boas lembranças voltam num piscar de olhos. Com a diferença de uma barba. Luna se deu melhor do que eu, hoje ele conserva o rosto sempre lisinho, pra não arranhar a neta. Não tem mais aquele monte de pelos que assustava a criancinha 30 anos atrás.

Pai, obrigada por tanto abraço e tanto colo; pelas broncas e castigos; pelas conversas e histórias. Por ser meu Papai Noel, meu Coelho da Páscoa e minha Fada do Dente. Obrigada por ser meu exemplo de vida e por me fazer entender toda preocupação e cuidado que sempre teve comigo e hoje devolvo uma pequena parte: cuidado ao andar na rua e tranque as portas antes de dormir.

Amo você.

(09/03/2014)




Frio na barriga



Frio na barriga naquele 1º de janeiro, quando te vi pela primeira vez, sem saber que você, era você e, pouco tempo depois, seria VOCÊ. Estava dançando e me veio aquece frio, aquela excitação, por te ver fazendo algo que era tão familiar pra mim. Vi você, sem ver seu rosto. E eu não sabia que um dia conheceria este rosto tão bem, tão de perto.

Frio na barriga quando me tirou pra dançar pela primeira vez. Foi naquela noite que nos olhamos. Trocamos duas ou três palavras: “Quer dançar?”. “Claro”. As seguintes foram silenciosas, corporais, gestos das mãos, cabeças, olhares. E eu não sabia que pegaria em suas mãos tantas e tantas vezes e trocaríamos tantas outras palavras silenciosas.

Frio na barriga naquele dia de sol, no parque, cada vez que você me jogava pra cima e me girava no ar. A primeira aula de aéreos. Experiência completamente nova. Professor e aluna. Eu tive confiança em seus movimentos desde o primeiro segundo, desde o primeiro passo no ar. E eu não sabia que me sentiria tão segura com você, em tantos outros momentos da vida.

Frio na barriga naquele primeiro encontro, meio permitido, meio proibido. Sala de cinema, filme bom, conversa boa e o frio na barriga. O primeiro beijo. E eu não sabia que nos beijaríamos tantas outras vezes e que os sentimentos envolvidos neles poderiam ser tão diferentes.

Parada na calçada, esperando o semáforo abrir, quando ouvi aquele pedido de namoro que não poderia ter acontecido de outro jeito vindo de você: “Fala pra ela que sou seu namorado, oras!”. Foi um período difícil, cheio de frios e arrepios. E eu não sabia que, de um jeito ou de outro, seríamos namorados até hoje.

O mais friorento de todos aconteceu no corredor de um shopping. Duas listras vermelhas completamente inesperadas me deixaram congelada, da cabeça aos pés. Fisicamente, a barriga estava quente, uma vida crescia ali dentro, mas emocionalmente eu não conseguia sentir o calor. Você, desde o primeiro segundo, começou a derreter a barreira que havia se formado em mim. E eu não sabia que aquela borboletinha criaria uma ligação tão forte entre nós, para sempre.

Vieram tantos outros frios na barriga, tantas escolhas a serem feitas em tão pouco tempo. Foram meses de vida virando de cabeça pra baixo, enquanto Luna, lá dentro, dava suas voltinhas também, acompanhando nosso ritmo intenso: médicos, laboratórios, exames, lojas de construção, lojas de bebê, lojas de móveis, visitas a tantos e tantos imóveis, até acharmos aquele que chamaríamos de casa. E eu não poderia imaginar a intensidade de momentos que viveríamos ali, debaixo daquele teto.

E aquela borboletinha nasceu. Todo processo me deu frio na barriga, na espinha, nos pés e nas mãos, mas você esteve sempre ao meu lado.  Desde então, tudo mudou. E eu passei a sentir incontáveis temperaturas corporais diferentes, físicas e emocionais. E elas me fizeram ser o que sou hoje. Nossos primeiros dias em casa; o primeiro banho que dei na pequena, depois de muita insistência sua em tirar aquele medo que eu sentia de machucá-la; sua primeira viagem a trabalho, quando Luna tinha apenas um mês de vida; a minha volta ao trabalho e a ida da Luna para a escola; a despedida da minha avó querida; a chegada da Clara; a escolha e os desafios de começar a pós-graduação; nossos passeios em família; nossos passeios a sós.

Os frios na barriga são diários. Quando saio para trabalhar e tenho que me despedir de vocês; cada vez que toca meu telefone e vejo seu nome nele; quando chego em casa; quando brigamos; quando fazemos as pazes; a cada nova decisão a ser tomada.

Coração acelerado quando li aquela frase na almofada vermelha: ‘Frio na Barriga’. Lembrei-me de todos os frios na barriga que senti desde que te conheci. Sei que muitos outros ainda virão, e que estaremos juntos transformando o frio, em calor.



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pulsando

(Texto escrito em 13.01.2014)

Querida Luna,

Você ainda não sabe, mas quando sua mãe nasceu, eu vim com “defeito de fábrica”; mas durante alguns anos, nada seria percebido. Quando adolescente, ela descobriu que tinha arritmia – um distúrbio no ritmo em que eu batia. Nada grave, sem causas aparentes: ela não fumava, não ingeria álcool, cafeína, muito menos cocaína, e não tinha o menor sinal de estresse. Descobriu, porque comecei a bater acelerado e com tal intensidade que, quando um copo com água era colocado sobre seu peito, a água balançava e espirrava pra fora do copo. Passou alguns anos controlando com medicamento, até que resolveu parar por conta própria, pois os sintomas haviam desaparecido.

O que ela não sabia, era que, anos depois, me faria trabalhar e bater descompensado e fora do ritmo para o resto da vida. As alterações começaram na gravidez, quando ela passou a prestar mais atenção em mim, e percebeu que eu bombeava com mais intensidade, pra te atender. Só ficou mais tranquila quando fez os exames e concluiu que, além da maior necessidade de circulação sanguínea, estar tão perto de você me deixava extremamente animado! Se sua mãe soubesse que ter você faria com que eu batesse tão apertado, acelerado, preocupado, histérico, emocionado, orgulhoso, entristecido, divertido, e transbordante de amor até meu último pulsar, ela acharia aquela arritmia da adolescência coisa de amador.

Os olhos de sua mãe são os meus olhos; seus ouvidos, os meus. E, há exatos três anos, cada vez que você aparece no campo de visão, ou que o timbre de sua voz chega até mim, aquela constância rítmica muda, desequilibra e perde o foco da contagem. A cada ano que passa eu encontro novas formas de bater, tudo é sempre novo pra nós. Sou um órgão muscular oco, envolto por um saco cheio de líquido chamado pericárdio, localizado no interior da cavidade torácica; e você vai continuar sendo o motivo pelo qual pulso, todos os dias. Obrigada por cada pulsar.

Assinado: Coração de mãe
 
 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sapatilhas, lanches e a segurança do olhar.


Aquela manhã começou com o poema da Cora Coralina, lido pela diretora da escola. Collants, saias, meias-calças e sapatilhas, com pequenas bailarinas dentro, alinhavam-se em duas fileiras, sentadas no chão. Olhando pelo grande espelho da parede da sala, podiam ser vistos pais, mães, avós, tios, irmãos e primos, sentados em colchonetes ou de pé, nos cantos da sala, tentando arranjar o melhor ângulo para seus olhares atentos e também para os flash e lentes de suas câmeras.

A mais nova da turma estava de maria-chiquinha, porque, por mais que ela desejasse, diariamente, que seu cabelo estivesse tão longo como de suas amigas, as volumosas madeixas ainda não davam conta de formar um coque, daqueles redondinhos no alto da cabeça. A meia-calça fina fazia sua estreia nas pernocas fofas e sofreu de medo da cadela da família, doida pra pular e brincar com a pequena bailarina, quando saía de casa.

Quando a música começou, saindo das caixas de som da academia, uma sensação de nostalgia me preencheu por completo. Voltei 17 anos no tempo e lembrei-me de como a brincadeira de dançar era coisa séria pra mim. Bolhas nos pés, caixas de grampo de cabelo e coleção de polainas; aulas de alongamento, exercícios na barra e provas individuais na frente do resto da sala; corpo alongado, queixo pra cima e movimentos leves; a vontade de fazer melhor, mais rápido e com mais perfeição.

Ver Luna naquele grupo de pequenas bailarinas encheu meu coração de ternura. Lembrei os olhares e sorrisos da minha mãe, que me acompanhou durante os três anos de dança, em todos os festivais, apresentações e mostras das quais o grupo da academia participou. Com os dois pés na adolescência, em alguns momentos eu senti vergonha de ter a mãe tirando mil fotos, perguntando se eu estava com fome, se eu estava com sede, e mesmo me elogiando na frente de outras pessoas. Adolescente é um porre!

Agora eu era espectadora, olhares fixos na cria. Mas eu também recebia os olhares de Luna, conforme fazia os exercícios e passinhos mais infantis possíveis; ela olhava pra mim com um sorriso tímido, e acho que conseguia ver meu rosto todo iluminado de orgulho, pelo simples fato dela estar ali, fazendo o seu melhor, junto com as amigas. Percebi que, anos atrás, enquanto eu dançava, o corpo, o suor e os movimentos eram meus, mas a presença da minha mãe e aquele olhar que me seguia pelo palco eram a minha segurança. O dinheiro gasto com roupas, fantasias, maquiagem, inscrições, boletos de mensalidade, viagens; a sacola de lanches, quando passávamos horas dentro de um teatro, marcando palco, ensaiando e nos arrumando; as horas de pé no sol, no estacionamento de um shopping ou numa rodoviária de São Paulo; as horas de espera, as horas longe de casa, do meu pai e do meu irmão; aguentar me vendo dormir de collant e meia-calça e comer igual troglodita.
 

E eu nunca tive maturidade suficiente de agradecê-la por tudo; e esse ‘tudo’ é muito, mesmo! Se eu tive experiências incríveis em relação à dança, se eu conheci pessoas que são queridas até hoje, se eu tive a oportunidade de estar em cima de um palco, devo a ela. Também devo ao meu velho, claro! Escolhas e decisões sempre foram feitas em família. Não sei se Luna terá a rotina que tive durante aqueles três anos e, independente das escolhas que ela faça, só espero ter o oportunidade de estar ali, com lanches e amor.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

De carona no cinema - Hook - A volta do Capitão Gancho

Veja dicas de outros filmes que tenham participações relevantes de bebês ou crianças ali no cantinho esquerdo do blog. Saiba mais sobre o projeto, aqui.
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Clássico é clássico e merece respeito. A história do menino que não queria crescer fez parte da minha infância através do livro e mesmo da adaptação feita pela Disney.

O que eu acho interessante é que ela faz tanto sentido para crianças como para adultos. As crianças querem crescer para ficar tão altas quanto a irmã mais velha, poder dormir na casa da prima e fazer aquela viagem com os amigos da escola. Mas na hora de ajudar a mãe com tarefas da casa ou estudar pra prova bimestral, que criança que não gostaria de fugir para um lugar onde as responsabilidades simplesmente não existissem e a vida fosse uma grande aventura? E quem de nós nunca quis voltar no tempo, voltar a ser criança e viver as “férias prolongadas” de Peter num lugar como a Terra do Nunca?

Mas a gente sabe que amanhã estaremos um pouco mais velhos, um pouco menos crianças. E como seria se Peter saísse de seu mundo encantado e começasse a ser menos criança a cada dia? Foi esta pergunta que o filho de James V. Hart fez a ele certo dia. E, ao invés de simplesmente imaginar o que poderia acontecer, compartilhar com seu filho sua versão dos fatos e deixar o assunto morrer, o escritor desenvolveu uma história inteira, repleta de novas aventuras.

Ver Robin Williams na tela já é motivo suficiente para sentar e assistir o que quer que seja, do começo ao fim. Saber que, neste filme, ele é Peter Pan, que foi embora da Terra do Nunca, cresceu, mas precisa voltar para resolver assuntos do passado, é motivo em dobro para esperar bons momentos. Uma ótima oportunidade de ver um adulto voltar a ser criança.

Hook - A volta do Capitão Gancho

Título original: Hook
Lançamento: 16 de janeiro de 1992
Duração: 2h15min
Dirigido por Steven Spielberg
Gênero: Aventura, Comédia, Fantasia
Nacionalidade: EUA

Sinopse

Aos quarenta anos Peter Banning (Robin Williams), que um dia já foi Peter Pan, é um homem tão envolvido com o trabalho que deixou de dar atenção à família e esqueceu a sua origem. Mas o Capitão Gancho (Dustin Hoffman) seqüestra seus filhos, obrigando-o a retornar a Terra do Nunca.

 
Elenco


Dustin Hoffman ... Capt. Hook
Robin Williams ... Peter Banning
Julia Roberts ... Tinkerbell
Bob Hoskins ... Smee
Maggie Smith ... Granny Wendy
Caroline Goodall ... Moira Banning
Charlie Korsmo ... Jack 'Jackie' Banning
Amber Scott ... Maggie Banning
Laurel Cronin ... Liza, Wendy's Housekeeper
Phil Collins ... Inspector Good
Arthur Malet ... Tootles
Isaiah Robinson ... Pockets
Jasen Fisher ... Ace
Dante Basco ... Rufio
Raushan Hammond ... Thud Butt

Prêmios

OSCAR
1992
Indicações
Melhor Direção de Arte
Melhor Figurino
Melhor Maquiagem
Melhor Canção Original - "When You're Alone"
Melhores Efeitos Especiais

GLOBO DE OURO
1992
Indicação
Melhor Ator - Comédia/Musical - Dustin Hoffman

FRAMBOESA DE OURO
1992
Indicação
Pior Atriz Coadjuvante - Julia Roberts

Curiosidade

The kissing couple who begin to float when some fairy dust lands on them are actually George Lucas and Carrie Fisher in a cameo.

 

When the Bannings fly to England, the pilot's voice is that of Dustin Hoffman (Captain Hook) - "This is your captain speaking..."

 

While Peter is on his cellphone, the children are running around him. Jack stands in front of a light which makes his shadow grow large against the wall. The shadow is right next to Peter while he is on the phone. This is a reference to Peter Pan and his shadow.

 

In 1985, composer John Williams and lyricist Leslie Bricusse worked on "Hook", being a stage musical, but the project was scrapped after about ten songs were written. Only one song from the play, "When You're Alone," made it to the film. However, many of the play' themes can be heard in Williams' incidental music for the film.

 

Bob Hoskins bought beer for 300+ extras after a lengthy and complicated scene was cut.

 

There were frequent good-natured "battle of wits" exchanges between Williams and Hoffman. In one incident, Hoffman was not happy with his performance and asked for the scene to be re-shot. Williams quipped "Try acting": a reference to the Hoffman / Laurence Olivier exchange on the set of Maratona da Morte.

 

Because Tinkerbell was often in the air, Julia Roberts had an assistant whose sole responsibility was cleaning her feet.

 

When Tootles floats out the window at the end, he says "Seize the Day", which has significance for Robin Williams, who starred in Seize the Day, and Sociedade dos Poetas Mortos (in which this was a catchphrase).

 

 

Dustin Hoffman's three children make appearances in the movie. His youngest son, Max Hoffman plays 5 year-old Peter Pan. His daughter, Rebecca Hoffman plays Jane in the play at the beginning of the movie, and his oldest son, Jake Hoffman plays a little league player in Jack's baseball game.

 

Writer James V. Hart credits the inspiration for his take on this continuing Peter Pan story to his young son Jake who one day asked him what would have happened if Peter Pan grew up.

 

Carrie Fisher was Steven Spielberg's original prototype for Tinkerbell.

 

The teddy bear from Captain Hook's cabin was accidentally given to Julia Roberts by Steven Spielberg when she checked in to hospital for nervous exhaustion. Spielberg realized his mistake the night before he was due to shoot a scene in Hook's cabin, and the prop department had to rustle up a look-alike in a matter of hours.

 

The names of the original lost boys appear on the door to Wendy's house.

 

One of the pirates who attempts to steal Peter's shoes when he first arrives in Neverland is played by singer Jimmy Buffett.

 

Steven Spielberg admitted to being disappointed with final result of the movie. He had such a hard time working with the rebellious crew of young actors that he later said, only somewhat kiddingly, that the experience made him wonder if he wanted to have any more kids. He also felt guilty that he wasn't able to find an economical method to filming the many complex human-flight sequences in the film.

 

Both Dustin Hoffman and Robin Williams's stunt doubles were named Keith. When Steven Spielberg called for Keith to come to the set, both Keith's showed up. Eventually, Hoffman's stunt double changed his name from Keith to Keifo.

 

Robin Williams's upper body and arms were shaved for his role in the film.

 

The original "Peter Pan" included only six Lost Boys (Slightly, Tootles, Nibs, Curly, and the unnamed Twins).The unnamed twins appear in the imaginary food scene.

 

Jack was the name of one of the boys original author J.M. Barrie wrote Peter Pan for (and later became the adopted father of). The five boys were George, Jack, Nicholas, Peter, and Michael Davies.

 

In the film, Captain Hook's "hook" is where his left hand was before a crocodile bit it off. In the play, "Peter and Wendy", his hook is where his right hand used to be.

 

Kevin Kline was originally set to play Peter Pan, but had to drop out of the film because of Segredos de uma Novela which was having major re-shoots, re-writes and taking much longer than expected to complete shooting.

 

Julia Roberts was nicknamed "Tinkerhell" because she was difficult to deal with.

 

Steven Spielberg originally asked Richard Attenborough to play Tootles. Attenborough declined, as he was working on Chaplin at the time.

 

David Bowie turned down the role of Captain James Hook.

 

Tom Hanks was considered for the role of Peter Pan.

 

Rebecca De Mornay was considered for the role of Tinkerbell.  Samantha Mathis was one of the actresses considered for the role of Tinkerbell.

 

Peter clapping his hands to heal Tinker Bell was a reference to the times when Peter Pan was performed on stage. Peter would ask the audience to clap to heal Tink. In the Disney animated film, the clapping was left out because Peter couldn't interact with audience and ask them to clap for Tinker Bell.

 

After Peter Pan finds his kids kidnapped he is talking with the inspectors, the main inspector is Phil Collins.

 

Joseph Mazzello was considered for the role of 'Jack'.

 

In the scene where Hook enters Wendy's home to kidnap the children, just as Nana the dog is shown. She can be heard barking before waking Toodles. It's possible to hear Nana barking "woof! woof! hoof! hoof! HOOK!" To which Toodles then awakes and starts to say Hook.

 

Dustin Hoffman has appeared in two films about "Peter Pan" (Hook: A Volta do Capitão Gancho and Em Busca da Terra do Nunca). Following his appearance in "Hook", close friend and former roommate Gene Hackman began calling him "Hook" as a joke. The name stuck and his contemporaries call him by that nickname to this day.

 

There are many references to the story of Peter Pan in Wendy's house: In the nursery the window clasp is in the shape of Captain Hook's hook; the wall boarders are painted scenes from the Peter Pan story; in Toodles' room is a scale model of the Jolly Roger in a bottle; Wendy's brother John's top hat and glasses; Wendy's youngest brother Michael's teddy bear.

 

When Granny Wendy is telling the children about the story of Peter Pan, she is holding one of the original printings of the book. It is a first edition version which is noticeable by the olive color, and the gold gilt design on the front cover. The version was printed in 1911 as the first novelization of Peter and Wendy.

 

Steven Spielberg originally slated this film as a vehicle for Michael Jackson in 1983 after the latter expressed an interest in starring in it and contributing to its soundtrack. Spielberg instead decided to focus on Indiana Jones e o Templo da Perdição and shelved the project until 1989, when pre-production the film began.

 

Gwyneth Paltrow's second film. She appears briefly, as the teen-aged Wendy during the quick sequence as Wendy is growing up.

 

Maggie Smith, who played 92-year-old Granny Wendy, was only 57 at the time the film was made.

 

The film originally had a shooting schedule of 76 days and a budget of $48 million, but production took longer than expected. Thus, the shooting schedule expanded to 116 days (40 days over the original), and the budget rose from roughly $60 million to $80 million. Steven Spielberg blames himself for this, saying, "I began to work at a slower pace than I usually do."

 

The shot in which the Captain's hook is fitted to his arm for the first time had to be done in one take as the flicker effect was achieved using rare, single use flash bulbs.

 

According to Frank Sanello's biography "Spielberg," Nick Castle was originally attached to direct the film, and had been developing the screenplay for the film for a long time. Once Steven Spielberg expressed interest in being involved, the producers (and possibly heads of the studio) quickly gave Nick Castle a six-figure settlement, gross points and a "screen story" credit so that he could step down and Spielberg could helm the production.

 

Referências


http://www.imdb.com/title/tt0102057/?ref_=tttr_tr_tt
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-7280/